Thursday, September 04, 2008

Tenho andado embrenhada em Florbela Espanca. Que vida! ...
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Sinto-me como a Maria Filomena Mónica quando escreveu o livro sobre Eça: dizia ela que não pensava noutra coisa, "dormia" e "sonhava" com ele. Ainda não cheguei a tal ponto, muito mais humilde é o meu trabalho, pois então!

Agora que parto para S. Petersburgo, vou deixar-me levar pela beleza da cidade, pelas longas avenidas, pelos edifícios de raro valor do Hermitage... mas não descarto a possibilidade de "florbeliar" um pouco também. Os livros levo-os comigo!

Thursday, May 15, 2008

impressiono-me no fascínio de ti. e deixo-me estar, resguardada do mundo, cismada na forma que me provocas de te olhar. e o tempo congela-se nesse deslumbre solitário. mas eu não o quero parado... sonho-o com ritmo de correr. não gostarei que o mundo seja cego e de costas. não gostarei que pequenos sopros venham feridos demais, e nos toquem. não gostarei que a angústia se arraste e se aloje no quente de mim que construo contigo. quero-nos bem, para quando nos vir. quero-me bem, para que o meu abraço esteja aberto no dia em que pisarmos o chão de uma mesma casa. quero-te bem, para que me reconheças, sem rasgos de dúvida, no tempo de me olhares. quero-te bem.

Sunday, May 04, 2008

a um tu e Istambul para trás...

daqui de cima o tempo é de paz. pontualmente dilacerada pelos sopros de turbulência que me enviesam o que sei pensar. em pressa, ressintonizo-me na lucidez que me provocas, não te preocupes. gosto desta paz, de a ter firme no chão de nós, de ser volátil pelos labirintos de dentro: não há vazios. gosto que gostes da omnisciência desta mesma paz. gostas? calculo.
    
e gosto deste lugar nosso. mais gosto de o inventar desde que estamos. de o tornar vida sempre que nele deposito o que futuro de mim. de o enfeitar com os ícones dos sonhos que te partilho, para quando se um dia chegares. vens? de seres tu e, contigo, poder construir a certeza mais longínqua, mais bonita, mais habitada de mim.
 
conhecesse-te eu...
     
     

Wednesday, April 16, 2008

"- oh Cuco da Ribeira, quantos anos me dás de solteira?!" - pergunta a tradição, lá em chãos do Alentejo, quando uma rapariga casadoira se cruza, por acaso, em dia de sol (digo eu!), por um ser de penas que tal! e, desta vez, também por acaso (??), foi o meu Avôzito, em véspera de aniversário meu, que teve um encontro do género! "- oh Cuco da Ribeira, quantos anos dás de solteira à minha neta Margarida?!"...

e os cucos costumam ser parcos na cantoria. o piu vai-se-lhes ao fim de dois ou três... então não é que o raio do bicho cantou 28 vezes?!?!?! 

Wednesday, April 09, 2008

os gestos são pleonasmos em mim. faço-os, desorientadamente, numa apatia esvaziada, de quem procura e nada vê. 

Tuesday, April 08, 2008

A primeira

duro. solitário. angustiante. ansiogénico. dói o pesar das horas, que caem devagar, que demoram a anunciar o que guardam. a noite passada não correu. a de hoje sonho-a melhor. vocês são os maiores. não querias ser grande?! eu também não! pois são. sabe-se que para repetir. obrigada!

Sunday, April 06, 2008

gosto de pão quente. 18h, Pingo Doce. mal cozido, se faz favor, 5 em cada saco. mas mal cozido, obrigada. olha, sabes, gosto muito, sim!

Wednesday, February 27, 2008

fraca, fria, fustigando fúrias, fitando filmes felizes, fartos, fiéis... fictícios? 

Monday, February 25, 2008

Colégio 2

Devia ter para aí uns 13, 14 anos. Sei-o porque o meu pai andava por essa África fora, e a minha mãe tinha no meu avô um apoio incondicional.
Era final de ano lectivo e iam os dois buscar-me ao colégio. Havia festa e, acaso dos acasos, quando os dois entram no ginásio, cheiinho de familiares e amigos e as alunas nas galerias, estava eu, em pleno palco, a tocar um dueto na flauta, costas com costas com a minha amiga C. C. O silêncio imperava entre os espectadores/ouvintes... os tempos eram outros e o que se ouvia mesmo eram as melodias mais ou menos afinadas das duas flautas.
-- Aquela é a nossa! Olha a nossa Tata! - dizia o meu avô, num misto de excitação e orgulho.
A minha mãe mandava-o calar e sentar-se sossegado. Ele não conseguia estar quieto. Um homem daqueles, de cima do seu metro e noventa e tal, mais não fazia que esbracejar. Não sendo por mal, deu nas vistas e todos ficaram a saber qual era a dele, claro. A C.C. era natural de Angola, filha de angolanos, cabelo de carapinha e lábios grossos, linda, com uma pele cor de chocolate do melhor.

Mais engraçada que esta só aquela vez em que ele não deixava entrar mais gente no metro, porque eu e o meu irmão éramos pequeninos e podiamos sentir falta de ar...

Tuesday, February 19, 2008

Parabéns! ;)

Wednesday, January 30, 2008

Índice de confiança

Segundo uma sondagem mundial efectuada para o Fórum Económico Mundial, os professores são os profissionais em quem os portugueses mais confiam. O mesmo se passa na maioria dos países do mundo.

Em último lugar, tanto cá como nos restantes países, estão os políticos. Por que razão será?

Saturday, January 26, 2008

life happens outside, and all I can do is wishing my eyes quiet shut and wait for a new refreshing world...

Sunday, January 13, 2008

Desab(u)fando

a semana é sempre intensa. igual. e deposito, com ânimo, expectativas de trabalho mais sereno nos dias de fim-de-semana. hoje tinha-me planeado no CCB, entre consultas, relatórios, e o movimento de lá, que me torna menos sozinha com as minhas palavras. 

às vezes não me reparo bem ao espelho, se o tempo for de ficar em casa. para dizer que, já pronta para a minha escapadela, deparei-me com um terrificante eczema facial, bem redondo, exuberante, em cheio nas bochechas! nunca tive eczemas, não sou alérgica a nada, nunca tive acne, nunca tive nada! mas hoje, sim, estou dotada de um rosto capaz de competir com qualquer palhaço bem caracterizado!! 

o único anti-histamínico que cá há em casa perdeu a validade há mais de um ano. aguardo que tenha protegido dentro dele algum potencial terapêutico... aguardo... em casa!! bom resto de domingo a quem de direito!

Thursday, January 03, 2008

Chuva!

Há dois dias que chove só de noite. Acordamos com a chuva intensa a bater nos telhadinhos da casa e com o vento a soprar quanto pode.

Enquanto a ouvia, tive tempo para pensar...

Que interessante seria se só chovesse enquanto dormimos... Claro que, neste nosso cantinho, logo os desgraçados dos guardas-nocturnos se uniriam e exigiriam ao governo um subsídio para os anoraks. E haveria fábricas de guarda-chuvas a fechar e mais as dos sapatos próprios para o Inverno, e os chapéus impermeáveis deixavam de ser necessários e mais sei lá o quê... que nem sei... e os poetas-amantes-da-chuva só poetavam de noite, e de dia morriam de sono...e as crianças deixariam de conhecer o arco-íris e as ameaçadoras nuvens carregadas e cinzentas, e os ininterruptos dias de sol que nos cansariam, também, ... e...

Bem, na verdade,... isto não teria mesmo interesse nenhum!