Sunday, December 23, 2007

Internos



fica, em tira, um resquício do que foi. o resto, sabemo-lo nós!! ;)


Bom Natal, companheiros!



(obrigada, Dr. Feliciano, por não deixar de se acompanhar pela sua machine e por partilhar os produtos da mesma!:p)

Saturday, December 08, 2007

Movimento Pijaminha!


"Nesta altura em que finalmente o frio começa a dar um arzinho da sua graça e as luzes na rua anunciam o Natal à porta, venho mais uma vez fazer-vos um convite especial. Entre uma série de amigos temos conseguido angariar, para entregar no IPO, pijamas que tanta falta fazem às crianças que, infelizmente, lá passam tanto tempo das suas vidas. Esta ideia surgiu há dois anos e hoje já me atrevo a apelidá-la de "Movimento Pijaminha" pelo sucesso que têm tido os esforços conseguidos! :) Pela 3ª vez consecutiva, venho apelar à vossa boa-vontade e pedir-vos que se juntem a mim no esforço de tornar o Natal de algumas crianças mais quentinho. As necessidades existentes passam pela falta de pijamas, pantufas, chinelos, meias, robes, fatos de treino. Sei que a vida não está fácil, mas, dentro das vossas possibilidades, peço-vos que participem, comprando ou obtendo, junto de amigos e familiares, agasalhos que já não sirvam. E, já agora, se acharem que sim, espalhem a palavra!
96 247 26 88 carla.fiscogal@netcabo.pt"

(obrigada, Té, por estares sempre tão atenta em dar a mão)

Saturday, November 17, 2007

"Deste (meu) lado"

balançámo-nos. ontem, na música de um caminho que se comemora, o teu. revisitámos o lugar que não sabíamos, fomo-nos passeando, então, na descoberta de nós contigo, no maior que somos já, no descanso de que à frente a vida se erguerá de duas mãos de contornos, sendo uma, garantidamente, imutavelmente, nossa. é certo, é bom, "faz parte"! :)
sei que ontem, no aconchego da tua sala, fomos, por dentro, só feitos de emoção. correu-nos o sangue o outro lado da estória, os dias de cada um antes de os dias de todos em ti. vi-me ainda pequenina, nas palavras já tanto repetidas, isolada na sala da casa que tínhamos, de ouvido colado ao que a tua voz me contava. e vi-me nas cartas escritas, que se completavam num desejo diferente que o de uma resposta propriamente dita, por que sabia não a esperar. mas um dia também chegou, vinha do sul, de uma paisagem de sol e também de mar, e eu recebi-a como um abanão visceral que me vinha encostar ao mundo onde os sonhos são. depois, fomos sendo nós aos poucos, no inaudito dos percursos, no tesouro jamais elidível que mantemos para dentro da pele do coração. e ainda surges, naquele outro chão, clivada do tempo, para entrares em nós com a integridade do que se vive pela primeira vez...
temos sido do melhor de mim...
por que não acreditas quando te digo que és, desmedidamente, a Maior?!

Thursday, November 15, 2007

Hanoi Traffic from Above

o transeunte, lá pelo meio, podia muito bem ser eu! que adrenalina!!

Saturday, November 03, 2007

sou metade do que quero ser, num chão que, nem encerra o que tenho apenas sido, nem me diz onde vou chegar... chegarei?!

Tuesday, October 16, 2007

Hoje, na tal loja, estava uma filha com a mãe. Só a filha experimentava. As peças de roupa iam surgindo e a mãe ia dizendo que lhe ficavam muito bem. Todas ficavam bem... Ou não fosse ela mãe.
Lembrei-me dos dias em que lá vou com as minhas filhas. Também eu me sento, e aguardo pacientemente que elas vejam o que querem. Sento-me no chão (no degrau, mais propriamente) e olho para elas de baixo para cima, como que a vê-las crescer... e também vou dizendo que tudo lhes fica bem...
Já lá tenho levado a minha mãe. Essa, prepara uma cadeira, e enquanto nós vamos vendo o que queremos, vai falando com meio mundo... Já se deixou de dizer que fica bem. Prefere perder-se noutros assuntos. No final, todas estamos contentes, nós por termos feito o que tanto apreciamos, a minha mãe mais pela conversa, que é na verdade, ainda o que mais lhe agrada.
Enquanto isso, esquecemos os nossos mundos, o trabalho, as contrariedades... estamos tão à vontade, que é impossível não gostarmos de lá ir.

Sunday, September 30, 2007

Pedopsiquiatria

não me tinha imaginado com crianças, aparte o período em que acreditei na Pediatria. também não me tinha previsto numa especialidade de coração tão cheio, onde cabem a Música, a Pintura, os jogos (de mesa ou os mais físicos!), o origami, os teatros, as caixas que se compram para colocar brinquedos, o chão, a escrita, a Filosofia, o Direito, a Poesia... é a Medicina que se faz de estórias.
nesta Medicina, também os diagnósticos nos surgem diferentes, muito para lá de uma articulação matemática de sintomas e sinais. aqui, conta o que sentimos, o espaço de dentro em que o outro se aloja em nós. e eu tinha dificuldade numa das sensações. tinha dificuldade em estranhar o estranho. no entanto, já há cerca de um mês (numa precisão que teria se conseguisse deixar-me aqui no tempo das coisas), pela primeira vez, vivi o tal olhar que perpassa, que nos invade de angústia e inquietação. e tive, juro, medo. um medo emanado de alguém com metade do meu tamanho, um terço da minha idade. mas um medo que foi um passo e, por isso, me soube bem!

Sunday, September 23, 2007



Quatro crianças do mundo
quatro pedaços de fome
Quanto desgosto profundo
quanta amargura do mundo
para quê viver tão fundo?
Jesus! São meninos sem nome
são quatro crianças com fome!

Tuesday, September 18, 2007

Mas o que é isto?

Chego da escola. Cheia de rapazes e de raparigas, de gargalhadas e gritos, conversas sôfregas, gestos abundantes e olhares expressivos.

Entro em casa, calmamente, já distante do burburinho costumado... com vontade de saber as últimas notícias do mundo. RTP1 - Início do Telejornal... Liga dos Campeões.
Apesar de gostar mais deste canal, passei para a SIC - Liga dos Campeões. Que enjoo!...
Mudo para a TVI - Liga dos Campeões... Não posso acreditar!

Desisto! O melhor é ir já aquecer a sopa.
...
Dezasseis longos minutos depois, depois de muita conversa futebolística, que incluiu um recuar aos anos sessenta com um jogo com não sei quê de especial, na RTP1, a notícia foi outra. Mas o que é isto?

Saturday, September 01, 2007

Annika & Henrik!

to my dear friends,


wishing you a perfect day!
thanks for having your life inside mine! love you!:)

Wednesday, August 29, 2007

João

Tenho tido o Larão comigo nestes últimos tempos. Os pais andam lá para terras do sol nascente e ele, segundo me parece, está como se estivesse na sua própria casa. A mim ajuda-me a ir ao supermercado, ao ecoponto, vai-me apontando as novidades quando eu estou mais ocupada, sempre ligadas ao desporto, bem entendido, porque lá nisso ele é craque. Com o tio comenta atletismo e futebol e grita(m) e bate(m) palmas.

No entanto, há algo que o preocupa, o eu ter muitos mails para ler, insistindo para que eu o faça o mais rapidamente possível antes que a caixa fique cheia. Já lhe expliquei que férias são férias e também as fiz de mails. Depressa chegará a escola e com ela todo aquele trabalho ligado à leitura e à escrita.

Ora, num serão em que eu lhe mostrava alguns mails interessantes e didácticos, demos com um que a Margarida me enviou há já algum tempo, que mostra um possível Portugal, no ano 2100, meio alagado, com as cidades junto ao mar já submersas, Coimbra à beira da água e a praia aqui tão perto. São hipóteses que se colocam depois de analisar a velocidade a que os pólos derretem pelas terríveis consequências do aquecimento global.

Disse ao João que o mapa até assusta e acrescentei que me preocupava, uma vez que a Filipa e a Margarida tinham as suas casas em Lisboa. Querido como só ele sabe ser, disse tão prontamente quanto pôde:

--Deixa lá, Titata, nessa altura já elas estarão cá em Estremoz num lar de idosos!

(E eu descansei! Obrigada, Larão!)

Sunday, August 26, 2007

o sabor do mau é sumo da inércia que nos permitimos. e não é uma chatice não sentirmos o ímpeto que a demovesse?!

Saturday, August 25, 2007

http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/aquarela.htm

já não o revia há muito! ainda delicioso em mim!

A estes meus amigos...



lembro-me da primeira vez que ouvi essas palavras de música, ainda antes de mais retocadas, num banco de trás de um carro a sul. mostrava-no-las, ela, timidamente, encaixando um receio misto de encantar ou nem por isso! mas, claro que sim! foram sendo lume dos dias nos anos que, entretanto, correram. e a parte boa é exactamente essa: o lume poder aquecer tantos chãos, tantos mundos, tantos amigos. e a nós!
muito obrigada. há, por aqui, quem se não cale pelo momento da Bimby, "porque foi o máximo"!!! e foi!:)

Tuesday, July 17, 2007

De volta a casa!

Fui buscar-te. Estavas sentado, já sem os pijamas do costume, com tudo arrumado, à minha espera.
Não tinhas documentos, nem chaves, nem carro. Já tinhas os óculos, a carteira, o telemóvel, as coisas que anteriormente te tinham pedido para colocares no saco para me ser entregue antes de entrares no bloco operatório. Nessa altura, sentiste-te um indigente, disseste. Mas disseste-o já tinhas sido operado... cá para mim era receio à mistura! Estás habituado à doença, mas desta vez eras tu! Devo dizer-te que eles até foram cuidadosos, colocaram os sapatos num saco e o resto num outro!
Regressaste a casa.
Nesse dia, pareceu-me que estavas um pouco febril, e... fingindo-me enfermeira, fui buscar o termómetro. No caminho, encontrei vernizes que não via há algum tempo e resolvi mudar o que tinha colocado. Demorei! Estas coisas demoram sempre!
Quando voltei para junto de ti, é que me lembrei novamente do teu estado de convalescente. E rimo-nos quando me disseste que, assim, e por ter abandonado o doente na primeira tarefa, seria expulsa do serviço.
Vá lá, não tinhas febre!

Friday, July 13, 2007

"Pai"

Agora já sabes o que é um hospital!
Agora já sabes o que custa estar lá... os dias irremediavelmente iguais, com os mesmos ruídos, os mesmos horários... as mesmas coisas.
Tu não te queixas, até brincas com o assunto... achas que vais emagrecer, com o soro e a dieta líquida, pensas mesmo que será o que vais aconselhar aos teus doentes que desejem fazer uma dietazita...
Sorriste quando o enfremeiro da triagem das prioridades disse que tinha prazer em te conhecer, porque só te conhecia de nome há muito tempo...
Agora já conheces a Sónia Araújo (não me lembro de ti a ver televisão de manhã), já sabes quem é a miúda que faz de Floribela... já sabes tantas outras coisas que o trabalho não te deixava aprender.
Já sabes quão difícil é estar no hospital, quão difícil é o trabalho de enfermeiros e auxiliares (esse eu sei que tu sabias e que valorizas), que querem que o teu vizinho de enfermaria coma e ele berra e diz asneiras, e que incansavelmente listam uma série de coisas para substituir a refeição que ele teima em não aceitar, já sabes quão agradável é receber visitas...
... porque vi que àquela hora, três em ponto, tu não tiravas os olhos da porta, porque era a única coisa de que estavas à espera!

Wednesday, July 04, 2007

Encosta-te a mim...

rendidíssima. toma conta de ti.

Colégio

Lembro-me quando entrei no colégio pela primeira vez. Era tudo tão espantosamente grande e limpo e brilhante... era tanta gente nova igual a mim, vestidas de bata aos quadradinhos pretos e brancos, camisa branca e cinto vermelho para contrastar... umas choravam, que tinham saudades da família... eu às vezes também, mas não era por nada em especial, mas por tudo, por estar longe, por não poder falar, por ter saudades também, por ter a cabeça cheia de futuro e de expectativas.
O meu mundo passou a ser outro, os meus amigos cá fora foram crescendo como eu, mas à distância... cada um à sua maneira e bem diferente, as estações seguiam-se umas às outras, a chuva vinha, vinha o sol, o calor, mas o tempo, esse... era interminavelmente difícil de passar. Cheguei a ficar lá períodos inteirinhos, cheguei a sonhar que ouvia alguém chamar-me e acordava, mas rapidamente me apercebia que não passava de um sonho. Vi colegas a desistir, mas eu sempre achei que não o faria.
Trinta e tal anos depois, do alto da minha meia idade, vejo hoje, mais do que nunca, que ter lá estado me deu uma enorme capacidade de me adaptar a tudo na vida.

Friday, June 22, 2007

vir sem saber, despejar-me de letras como se. lancinantes esses raios sem raio de chão, que brotam com rumo de origem que sabe fazer doer. que sabe o que faz? do estreito labirinto de mim, tomara-me palhaço pobre, sem ter que me mostrar das cores do outro, que não sou.

Sunday, June 17, 2007

sempre perro este reaconchego no retorno a casa. talvez, porque não casa, de facto, esta que me acolhe aqui. fazem-me falta.

Sunday, June 10, 2007

Letras e com laço!

tenho a memória ainda cheia do peso que as letras me faziam, quando o pedido de palavras e textos e criação era transtorno infatigável para a minha mente objectiva e geométrica. num ápice, porém, um dia o chão tornou-se outro. sem o ter programado em mim, chegou como que por surpresa, anunciando-se num apetite ávido que me acometeu. é a força dos outros em nós, é a forma de deixarmos que a pele dos outros passe, aos poucos, a ser também um pouco da nossa própria pele. se em perspectiva de extremidade, é o amor dos homens, pelos homens.
veio o "Pelo Sonho É Que Vamos", o grupo, a amizade, a poesia. o viver pelas palavras. o sentir para escrever, naquele refúgio onde fomos tudo, em todos. lembro-me sempre da escrita de Maria Rosa Colaço, do exemplo mais bonito do que a prosa poética sabe ser. e deste livro aqui, que a Lídia tinha comprado tempos antes, numa zona de alfarrabistas num dia qualquer da Feira dos Golfinhos.
e de o folhearmos com as mãos mais doces, por estar gasto e ser das crianças. e de nos determos na dor das imagens e penetrarmos, por elas, no fosso do que entristece, mas também alegra. e de enchermos a escola das mesmas imagens, por ocasião das nossas reuniões de poesia. e de almejarmos o livro todo para o aconchegarmos a cada um, com as mesmas mãos, ainda mais doces, mas não lhe perspectivarmos um rasto sequer em nenhum canto de lado algum. e de a Dra João, ainda ligada familiarmente à autora, mo tentar desencantar, tendo que o substituir, no entanto, por fotocópias bem feitas do que ela mantinha guardado em casa. e de me avisar da fragilidade da Maria Rosa, numa altura em que a fui conhecer no inóspito sítio onde, por acaso, eu ainda estudava. e de me atormentar pela genialidade definhada, mas ainda assim, se ter tornado dos episódios mais marcantes de mim. (não houve tempo para o chá em sua casa, mas guardo o convite em presente "Com Laço", Maria Rosa...)
este ano, por altura do meu aniversário, a Lídia surpreendeu-me com um exemplar do "Estas Crianças Aqui". desmoronei o desejo que tinha adormecido por impossibilidade de o ver vivo e deixei-me ser feliz-de-criança, como cada uma das que traz dentro. "- não sei bem se ele sabia o valor do que me estava a vender..." - dizias-me... por certo que não. sabemo-lo nós, não digas a ninguém!
na mesma cidade, na mesma feira, mais de duas mãos cheias de anos depois. a Vida não se esquece.

Thursday, June 07, 2007

Ossos do ofício

Corrigir testes é, para mim, tarefa penosa. Fico a dizer mal da profissão, cansada pelas vezes infindáveis em que corrijo as mesmas coisas. Já escrevi mil vezes que é erro colocar uma vírgula entre o sujeito e o predicado, mas ninguém me liga. Outras mil que só os nomes próprios têm letra maiúscula. Continuam a não ligar. Mas, persistente como acho que se deve ser nestas coisas da educação, incansavelmente quanto posso, lá vou escrevendo o mesmo. Muito antes de começar a corrigir os testes, já eu sei o que vou encontrar e isso é que mata aquele factor surpresa que ainda vamos encontrando, no nosso dia-a-dia, no contacto diário com a gente nova.

Corrigir testes é difícil, de grande responsabilidade, cansativo e desgastante. Normalmente, fazêmo-lo quando os outros já relaxam ou dormem, o que ainda sentimos mais como injusto.

Quando tenho que o fazer, lembro-me de mil e uma coisas que tenho vindo a adiar, arrumar roupa, gavetas, papelada, a quantidade grande de folhas A4 que povoa o meu escritório. Lembro-me de gente a quem não tenho telefonado, lembro-me de temas sobre os quais ainda não escrevi, e até de poetas que não leio há muito tempo. Também acho todos os livros interessantes para começar a ler e qualquer conversa que seja do mais entusiasmante que se possa imaginar.

Mas cá vou continuando a cumprir aquilo a que me propus, tenho é pena quando ouço gente a dizer que "ser professor é ter uma vida santa".

Tuesday, June 05, 2007

Colecção

Convidaram-me hoje para expor as minhas corujas no Centro Cultural.
Mais ou menos dentro de quinze dias tenho novidades. Vai dar trabalho, levar cestos com quase três mil... mas vai ser giro.
Any help????

Friday, June 01, 2007

Dia da Criança

Dei um beijo ao Larão e desejei-lhe um óptimo Dia da Criança. Já lá vai o tempo em que distribuía livros pela meninada!...
--Eu já não sou criança, Titata... Sou pré-adolescente!
--Não, não... isso só daqui a vinte anos! - disse eu a brincar.

E ele, que fez 11 anos e tem raciocínio rápido, respondeu:

--Então, só sou adulto lá para os 40, não?

Monday, May 28, 2007

E se...

e se isto for sempre maior que os dias, e a noite um canto que se faz fugaz? e se o cansaço for (para) sempre longo neste périplo para um ar seguro? e se o chão sempre soluçar na pressa do que o sonha recto? e se o pacote nunca mais se encher do sumo que o levantava em vida? e se as árvores nunca falarem e o mar nunca tiver mãos?

e se, enfim, o fim for outro, por fim?!...

Sunday, May 27, 2007

Viva!


SPOOOOOOORTIIIIIING!!!!!!!!!!

Tuesday, May 22, 2007

Eu sou assim!

Quando não vejo vivalma
Quando as estrelas desaparecem
Quando a areia acaba
e a onda se espraia
e o sonho se interrompe
Sento-me numa pedra
e espero que ele volte.

Friday, May 18, 2007

Fita de final de faculdade da FILIPA

Filipa Maria, menina feliz, és finalista da faculdade, a formatura é o merecimento maior.

Fipó, filha minha, formosa flor, festivaleira e forte e firme. Felicitaste a família num final mágico de mês, fitaste a mana, os meninos e meninas, familiares, o mundo... e fruiste o florescer memorável da meiguice e da força.

Em miúda falavas, falavas e magicavas festas mil, fantasiavas e fabricavas famosos festins em família, nas férias.

Facilmente manuseias materiais, montas fenomenais maquetes, fazes fotografias, filmes, folheias mapas, és multifacetada, fortaleces fragilidades e madrugadas e manhãs.
És musa, mulher, madura, frontal e franca, fresca e muito fiel.

Filhota, o futuro é maior!
A felicidade é a meta!

Mãe
Maio 07

Outra!

então, outra do Avô, e esta foi num domingo recente, no Dia da Mãe!

"- sabes qual foi a primeira Mãe a quem hoje dei os parabéns?! à Pim!! [vulgo, a cadela lá da quinta!]" - e rimo-nos, pelo insólito da lembrança!! depois comentei que as maminhas da Pim estavam estranhas, caídas, grandes!!

"- oh, o que é que esperavas, são mamas de velha!!" - esclareceu o meu Avô sábio, no exacto instante em que a Avó, apenas motivada por um terço da conversa, se dirige a nós, de mãos discretas a aconchegar o peito, vaidosa, na pose que lhe (re)conheço, indignada pela hipotética observação: "- quais, as minhas?!!"...!!!!

Wednesday, May 16, 2007

Cucos!

Miguel Torga tem um conto em "Bichos" sobre um cuco, o Farrusco. Segundo uma tradição pagã, as raparigas sempre que ouviam um cuco a cantar, perguntavam-lhe:
--Cuco do Minho, cuco da Beira, quantos anos me dás de solteira?

As vezes que o cuco cantasse equivaliam ao número de anos até ao casamento.

Ora acontece que no Alentejo também esse era costume que se usava. Conta o meu pai, que já leva 88 anos bem vividos, que ouviu há tempos a conversa entre duas mulheres que pintavam os muros da quinta. Uma dizia que, quando era nova, tinha feito a pergunta ao cuco e que ele tinha cantado sete vezes. Em seu entender, o cuco até tinha acertado, pois casou daí a seis anos e alguns meses. A outra não ficou atrás e disse que também o tinha feito, só que o cuco cantou dez vezes, mas ela que pouco se tinha importado, pois três anos depois, resolveu mesmo casar.

Na semana passada, o meu pai ouviu um cuco e, bem humorado como ele é, brincou, adaptando a pergunta. Mas o interessante desta história é que ele a conta com todo o gosto.

--Cuco da ribeira... cuco da ribeira... Depois da minha mulher morrer, quantos anos me dás de solteiro?

E o cuco cantou, nada mais nada menos, que quarenta e cinco vezes. E o meu pai riu... riu e disse:

--Eh, pá... vais ver que sou eterno!

Monday, May 14, 2007

Sunday, May 06, 2007

Eu cá, Tu lá! ;)

e ser tua filha é a avidez de sabor de mãe nos tornarmos, preenchidas por um vinco de dentro que garante que a superação - tua, do que (nos) és - é impossível. obrigada, tanto, porque mais ninguém pode, mais niguém sabe, ser melhor que tu.
[continuo a guardar o Paula, para quando um dia. como mo aconselhaste.]

Ser mãe

Mãe é desejo, é amor, espera impaciente, cremes na barriga, corpo em mudança. É-se mãe antes, muito antes dos filhos nascerem. Prepara-se a caminha, a roupa, olha-se encantada para o tamanhinho das botas, espera-se. Espera-se...
...

Quando nascem, nada mais importa no mundo. Não se vêem telejornais, não se liga a eleições, clubes em competição, tremores de terra, vulcões em erupção. Os acontecimentos, apesar de terríveis, perdem importância perante a novidade. O mundo deixa de existir como ele é e desenha-se em amor na nossa casa. E então, mãe é colo, é ternura e abraço, é infinito encanto a olhar o filho, é noites mal dormidas, é fraldas e mama e os primeiros dentes, é febres, viroses, doenças de criança. É jardim de infância e uma lagriminha no primeiro dia, é colégio, festas de Natal, de fim de ano, teatrinhos, declamação de poemas, gritos alegres de gente pequena. É preparar os lanches, pregar botões na bata, arranjar mochilas, afiar os lápis. Depois, mãe é também escola, estudo, mãos dadas em pensamento, conselhos, ensinamentos, exemplo e oração, mãe é nervosismo antes dos exames, é amigos, lanches e jantares de anos. Mãe é universidade também, saídas à noite, sms, mais noites mal dormidas, receios, temores constantes.

Ser mãe é o melhor que o mundo tem!

Thursday, May 03, 2007

Joaquín Cortés

Fui ver o Joaquín Cortés, num espectáculo integrado na digressão mundial, intitulado "Mi Soledad".
Vestido impecavelmente (Jean Paul Gaultier, dizem), não dançou tanto quanto todos gostaríamos, pois a maior parte do tempo fica a cargo dos dezoito músicos que o acompanham.
Quase no fim, desce do palco e dá uma volta ao recinto... isso é que foi ver as espanholas, em especial elas, que são mais expansivas que nós, a gritar "Hermano...", "Hermano...", gesticulando em êxtase, e gritando, num perfeito delírio!

Tuesday, May 01, 2007

Fotossíntese

ainda não percebi se tenho uma alma que se move a fotossíntese, ou se é o meu cérebro que a faz, mas estes dias de avidez e de busca de um lugar ao Sol, frustram, ai frustram, pois!!

Tuesday, April 24, 2007


devolvo-me lá, ao canto de mim que ainda ferve do que foi. repito-me na ansiedade tua, espelho da coragem dos passos altos, mensageira viva da alegria que sobre ti se entornou. e sobre mim, por ti.

renovo os Parabéns, na esperança da vida vossa, e de um dia também poder sentir (e sentindo, dizer) que "é bom". :)

Saturday, April 21, 2007

Conferência

Acabei de chegar de uma conferência sobre Dino Buzzati, autor italiano (1906-1972) até há dias desconhecido para mim. Agora, já li um conto "Sacrilégio", que achei muito interessante.

Já estou como Almada disse, quando entrou numa livraria: "Faltam-me anos de vida para ler isto tudo!"

Oh!... se faltam!

Friday, April 20, 2007

Poesia

Hoje o L. disse-me:
--Já sei o que vou ser! Vou ser poeta!

Pouco te tenho ensinado, muito porque tu não queres, mas ao menos a reconfortante sensação de que aprendeste que a poesia está em tudo na vida. E que contente que tu estavas com o poema que criaste!

Sunday, April 15, 2007

Galé


porque sou pessoa sem relógio nem calendário, chega agora - só - a Galé, anacrónica, mas tão cheia do que (para mim) foi.

Em jeito de Janica... ;p

Wednesday, April 11, 2007



Já lá vão uns quarenta anos, talvez...

Monday, April 02, 2007

Viva!!!!

SPOOOOORRRRTIIIIINNGG!!!!!!!!!!!!!
atormenta-me, este indelével peso de mim.

Tuesday, March 20, 2007

C-R-U-J-O

Cada vez que nos perguntam o nome, a nós(Crujaria), e em especial fora de Estremoz, temos invariavelmente que soletrar o apelido.
--Cruz? - perguntam.
--Não, Crujo.- E rapidamente soletramos, --C-R-U-J-O.
Ficam na mesma. Não entendem, não faz parte da lista de nomes que possuem em memória e... insistem:
--CUJO?
E, pacientemente, que ninguém tem culpa que o tetravô vivesse na Herdade da Corujeira, dizemos, com toda a calma:
--C...R...U...J...O.
Missão cumprida, fora a quantidade infinda de vezes que fica tudo rasurado.

Ora o interessante acontece, quando perguntam o nome a uma colega minha, que tem Cruz no apelido. Diz ela, que até é em todas as farmácias cá do burgo...
--CRUJO?
Responde ela, pronta e pacientemente, a sorrir, porque lhe adivinha as dúvidas:
--Não, não! CRUZ.

Thursday, March 08, 2007

E já agora...

Em vinte e tal anos, numa geração apenas... tudo mudou. Os filhos já não escrevem aos pais, os pais já não escrevem aos filhos, os pais já não perguntam se a escola correu bem, os filhos já não se importam com a escola.

Crise de valores??? Valores em crise???

Na realidade, a sociedade mudou. Agora mandam-se faxes, sms, os telefones nem fios já têm, as fotografias tiram-se e apagam-se sem precisar de aguardar revelação, há teleconferências, telemedicina, e outras teles, os filhos já não escrevem aos pais... os pais já não perguntam pelos filhos... os filhos são levados à escola... a escola é que espera pelos filhos... ninguém já vai a pé para a escola... os filhos têm muito a que ligar... a escola não tem assim tanta importância... a escola não tem mesmo importância nenhuma, que espere se quiser... sentada.

Monday, March 05, 2007

E meu pai

A relação que sempre tenho tido com o meu pai é de absoluto respeito. Parece-me que apenas uma vez na vida me deu uma bofetada. Ainda me lembro onde foi, por trás da porta da cozinha, na Glória, no corredor, mesmo antes de chegar à sala de estar. Já não sei por que foi, mas devo ter merecido, com certeza, que ele é o mais recto e justo que eu conheço. Além disso, é inteligente, tem humor, é habilidoso e um pedagogo por natureza.
A ele ainda chamo "papá", como se eu não tivesse crescido, como se ainda fosse pequena e lhe coubesse no colo, e como se ele ainda continuasse tal qual ele era, capaz de tudo, a fazer contas de cabeça tão rapidamente quanto eu com papel e lápis... mas já não... justifica-se quando não consegue colocar rapidamente o cinto do meu carro e o carro teima em apitar, dizendo que está habituado é ao dele... e eu, calmamente, digo que sim, que ele tem razão, que os do carro dele são infinitamente mais fáceis de colocar... e ajudo-o disfarçadamente.

Wednesday, February 28, 2007

O meu Avô

o meu Avô é dos grandes homens da minha Vida. comecei por pensar que, ser avô, era ser como o meu, talvez por nunca ter conhecido o Avô Joaquim. mas, não, ser avô é muitíssimo menos do que o meu Avô sabe ser.
ao crescer, tenho tido consciência das minhas referências, das pessoas que vieram para se deixar estar intensamente em mim. e ele é uma delas. sou o que sou, ou tenho sido o que sou, só porque o Avô - este, concretamente - existiu comigo.
foi o nosso (também da Fipó e dos meus primos) orientador de teatro. remeto-me para 1987 e reencontro-nos a fazer espectáculos para toda a família ainda nos Verões da casa do Tio Jica. lembro-me que a nossa motivação grande era o dinheiro que cobrávamos de bilhete; sei, agora, que, para os adultos, o entusiasmo construía-se no encanto original de haver quem orientasse os dias de maneira tão maior.
foi quem me ensinou a fazer disparar pressões de ar! e foi por isso que tão feliz fiquei quando, nas festas da terra do Rui, há uns meses, venci o torneio de tiro do meu escalão, mais de dez anos depois de ter atirado pela última vez!!
ensinou-nos as primeiras asneiras, bem às escondidas da Avó, que apenas lia indecência na coisa! nós divertíamo-nos, tomávamos o sabor à rebeldia, sem esquecer quando a não podíamos arriscar.
lembro-me de me ensinar a nadar, e de avaliar os nossos saltos para a água, bem como os pinos e as cambalhotas. tenho sempre presentes as estórias da ginástica artística, e dos saltos de cavalo, e de o imaginar, tão elegante como na fotografia do casamento, fardado, sublime, nestas façanhas de homem de cavalaria. gostava especialmente de lhe agarrar no músculo do braço e de quase me pendurar lá, naquela dureza redonda que me fascinava. e lembro-me sempre do silêncio que nos exigia na hora sagrada do noticiário, quando mudava de hábito e se vestia, quase estranhamente, de sério. ainda hoje faz do barulho sacrilégio, se é tempo de notícias!
também trago as lengalengas (que escrevi, que a minha memória é bem pior!!) e a imagem dos desenhos (foi sempre tanto o talento!) e as dedicatórias que me escrevia em dia de aniversário (brilhante, a Sinfonia dos M's!) e a batatada do Avô (...;)) e os desafios de matemática pelos quais nos esfolávamos até beber o sumo do resultado certo! e as esculturas romanas e os figos da índia que comíamos sem nos picarmos directamente colhidos da planta!!e a biologia e a geologia e a zoologia! e a guerra de almofadas nas madrugadas quentes de Verão, quando os mosquitos não paravam de nos incomodar e tínhamos, como dever, proteger o nosso leito! e as estórias de guerra ao amanhecer, e as índias e as áfricas, e a pergunta indiscreta que fui teimando em fazer, sem perceber, na minha pequenez, que não era nunca para ser feita. e a hermenêutica dos astros connosco em chão de relva!
o meu Avô tem quase 90 anos e ainda joga às cartas no computador. e vai à caça, e faz origami, e sombras chinesas e truques de magia. e enche uma sala inteira, porque é um homem de riso e de estórias.
e foi este meu Avô que, há duas semanas, quando pela última vez estive no Alentejo, do alto do seu olhar atento e quase clínico, me disse: "- Dadida, tens mais um quilinho!!"... não só porque veio dele, mas também por ser efectivamente verdade, fechei-me, desgostosa, naquela tarde. e desde então redobrei o esforço. mas, olhem, até agora, nada de nada!!!

Monday, February 26, 2007

Acabei de chegar de uma visita de estudo a Lisboa. Organizada pelo colega de Geografia, lá o acompanhei e a mais vinte e sete jovens. Em estudo a estrutura da cidade, as origens, a cidade intramuros e o crescimento contínuo para fora das muralhas do castelo.
Onde quer que paremos, têm uma vontade enorme de se sentar, mais parecendo que andaram quilómetros. Constantemente falam em comer..., ouvir o que os professores ensinam é que não, (mesmo ameaçados que será matéria a sair no próximo teste), claro, ninguém é de ferro não é? querem eles lá saber do pulmão da cidade ou quem foi o Martim Moniz, ou das ruínas do Carmo, para que é que isso interessa se o mp3 continua a debitar a música mil vezes ouvida e as sms continuam à borla?
Apesar de tudo, portaram-se bem e até gostaram.
Apesar de tudo, continuo a achar que nas visitas de estudo se conhecem outras facetas dos alunos.
Apesar de tudo, continuo a acreditar que, com persistência, eles até vão aprendendo alguma coisa.

No entanto, o ponto máximo desta visita de estudo, para mim, foi o abraço que dei às minhas filhas.

Saturday, February 24, 2007

Fin-esse!

os assaltantes de agora são muito finos! é que depois de nos apontarem uma arma, de nos pedirem o nosso dinheiro e o telemóvel, de nos exigirem mil vezes rapidez, ainda nos pedem desculpa!! ah, ah!

Friday, February 23, 2007

De médicos também!

Tenho estado cá a pensar!....
Só anedotas de alentejanos, só graças e mais graças, sempre a "bater" nos mesmos...que são lentos, que nada entendem... olhem, agora resolvi incluir também de médicos.
Com o devido respeito, senhores doutores... terei o maior cuidado para não ofender ninguém.

Monday, February 19, 2007

Sol e mar!

Tu gostas mesmo de sol, não é?
E de mar também.
Como poderias não gostar de estar aí? a um passinho do mar?




ontem foi dia de SOL
e as minhas Amigas escreveram-se
Assim.

Sunday, February 18, 2007

Testes!

Estou cansada de corrigir testes! É que nos testes, estou sempre a corrigir o mesmo, palavras mal escritas, sílabas que não estão lá, frases que não terminam o raciocínio, períodos que não têm fim, regras mais que básicas que teimam em esquecer, ooo em vez de uuu, ccc com cedilha antes de eee e de iii, só para mencionar uma ínfima amostra das imensas asneiras que vão ornamentando os trabalhinhos dos meus alunos.
Mas estive a pensar! Se fosse o cansaço de corrigir, cansaço só por si, também não me agradariam as fotobiografias, por exemplo, e isso não me acontece.
Às vezes também digo que estou cansada da escola. Mas não é das aulas, não. É de levantar cedo, é dos dias cinzentos e de chuva, é de apanhar o semáforo das Portas sempre vermelho, é da maneira automática como nos vamos comportando ao longo do dia, mas não é dos alunos.
Por isso, quando digo que estou "farta" dos testes, afinal... não é dos testes, não, é da incapacidade, por vezes inconfessada, de não lhes conseguir transmitir a importância do aprender.

Friday, February 16, 2007

A osga já morreu, coitadita!

Novidades... novidades... a osga já morreu!
E foi preciso ir alguém daqui de tão longe... ( não, eu não fui. Mais valera que tivesse ido e tivesse ajudado à matança, mas tinha aulas..., ora, a última, então, de pouco valeu, que eles estavam mesmo não-nos-apetece-fazer-nada-também-é-Carnaval-vá-lá, endiabrados de todo!).
Mesmo com algumas dificuldades em fixar a vista, após uma ida ao oftalmologista, mesmo com visão monocular... já está. Acabou-se. Estava quietinha, coitadita, atrás dos cestinhos dos cremes e dos sabonetes e velinhas e pinças e espelhos e perfumes e lenços de papel, esperando passar despercebida, aguardando ansiosamente os dias quentes e bonitos para fugir e se estirar ao sol numa qualquer parede.
Obrigada, Papi, és o maior!

Monday, February 12, 2007

Osga :/

há por cá uma osga... dei por ela ontem ao fim do dia, quando retornei do fim-de-semana do alentejo e de casa. mas nem era suposto dar por ela, se a parvinha fizesse questão de fazer jus à fama que tem, de bichinho esperto sorrateiro e tal. mas não. mal entrei e me dirigi (por razões óbvias após uma viagem de algum tempo!) à casa-de-banho, zarpou ela, com toda a agilidade que soube, sob os meus olhos! pior, quase sob as minhas mãos, que me ia tocando!!! aflijo-me na reciclagem estonteante da imagem em mim.
veio quem pôde, dar o jeito que pôde também. revirar coisas, tentar saber-lhe o rasto, que esse perdi-o cedo, pois ainda fugi dela-mais-cedo-e-depressa-que-ela-própria... inglório o esforço todo. aniquilei duas divisões da minha casa. esqueci-me do chão para passar a caminhar com a cabeça posta no tecto. mal dormi de noite, sugestionada por zumbidos que afinal até eram emitidos pela minha santa irmã que perto das 6h da manhã ainda não tinha pregado olho! chorei de terror. e de medo de ela se ter escapado (agora já astutamente!) para o espaço que eu não quero supôr. e de nos reencontrarmos. vivo com uma osga e nem sei onde ela pára!
ao acordar, num telefonema claro-que-sim atencioso, vem a pergunta: " - mas, oh Margarida, era uma osga ou um rato?"!!!! Mami, Mami, Mami... por favor!!!!!!!

Tuesday, February 06, 2007

Já sei... já sei... gralha na terceira anedota, segunda linha... Ora, deixa...toda a gente se engana!

Sunday, February 04, 2007

Agora que já escrevi muito sobre o escrever, vou passar a escrever sobre alentejanos. Mas para não estragar nem desrespeitar a filosofia que subjaz a este blog (sério, emotivo... com sentires à flor da pele...) as graçolas com base nesta camada da população portuguesa vão para o "Coisas de Coruja".
Apareçam e contem também. Como orgulhosa do meu Alentejo, adoro que as contem e não me importo nada com a fama de atrasados e ignorantes, porque toda a gente sabe que isso não é assim!

Friday, February 02, 2007

Não tenho sono.

Tenho recordações que se acotovelam na memória para que sejam lembradas. São pôres-do-sol que escorregam no horizonte já ensonado, o brilho de um dia de Verão no Alentejo, as sestas e o arrastar do tempo infinitamente mais tempo, as cores, a secura dos campos e os risos da gente nova que brinca..., mas também os sonhos por viver de mulheres não amadas... a terra a tremer...a multidão em delírio numa das ruas da cidade e a ilusória sensação de acordar e ouvir alguém a chamar por nós... e cartazes e gritos e luzes e música alta.

E junto a mim,ora adormecido ora desperto, o caderno aos quadradinhos que aguarda os números, as fórmulas e os sinais, mas que eu carrego de letras. Preencho-o teimosamente de emoções.

Tuesday, January 30, 2007

Sementes!

uma das minhas amigas Joanas tem uma caixinha com sementes de mensagens que a Mãe lhe trouxe do Brasil. gostei quando mo disse, não apenas por ter criado em mente uma caixa mágica, como pela quase ternura de nunca sabermos tudo dos outros (mesmo que próximos) e pela surpresa (poder) prevalecer.

pois bem, leu-me, em sms, a mensagem da semente que tinha agarrado. e não fez apenas um pouco de sentido, mas fez o sentido TODO! e, sim, há mensagens gerais que podem enquadrar-se neste mundo e no outro, mas esta nem era destas e a vida da Joana assume presentemente contornos inéditos. e aquilo encaixava!!

pedi-lhe para tirar uma por mim. para mim. e veio isto: "tenha coragem em todas as circunstâncias da vida, por pior que lhe pareçam as dificuldades. tenha a certeza de que pode superá-las com a força que provém do seu íntimo". e eu cá sei, mas também é isto! venha a certeza, agora!;p

Monday, January 29, 2007

Belo tema!

Por vezes queremos escrever coisas bonitas. E pensamos... experimentamos... desejamos inventar palavras... mas chegamos rapidamente à conclusão de que as palavras já foram todas inventadas, que o que escrevemos depressa apagamos, pois achamos que pouco interesse tem e sentimos um vazio de inspiração, que não é mais que o simplesmente nada ter escrito. Contudo, esquecemos um pormenor, a grandeza está muitas vezes na simplicidade das palavras sentidas.
Escrever sobre o escrever é um belo tema, não tenhamos dúvidas!

Sunday, January 28, 2007

gostava de escrever-me, mas não sei como, nem o quê. então, vejo-me viciosamente entornada num círculo de resolução impossível, porque, sem saber o quê, não me escrevo e, sem palavras, muito menos é possível escrever. são os dias, e as esperanças, e as dores, e os dias de novo (hoje comprei cerejas! as cerejas tornam os dias mais felizes.). mas acho que é isso, uma viva espiral de indefinição. aliada a um intenso vazio da inspiração que não há.
e pronto, afinal já está!!

Tuesday, January 23, 2007

Um pouco de mim veio agora mesmo de um passeio longo...

Sunday, January 07, 2007

Palavras

Brinco com as palavras
Viro-as, peso-as, meço-as
Algumas são negras,
Outras esbranquiçadas
Que amarelecem no livro
De capas encarnadas.
Há umas que gritam,
Outras que gemem, há outras
ainda que picam e ferem.
Algumas bondosas,
Outras vaidosas, senhoras de si
e eu brinco com elas
e deixo que cantem hinos.