Friday, February 02, 2007

Não tenho sono.

Tenho recordações que se acotovelam na memória para que sejam lembradas. São pôres-do-sol que escorregam no horizonte já ensonado, o brilho de um dia de Verão no Alentejo, as sestas e o arrastar do tempo infinitamente mais tempo, as cores, a secura dos campos e os risos da gente nova que brinca..., mas também os sonhos por viver de mulheres não amadas... a terra a tremer...a multidão em delírio numa das ruas da cidade e a ilusória sensação de acordar e ouvir alguém a chamar por nós... e cartazes e gritos e luzes e música alta.

E junto a mim,ora adormecido ora desperto, o caderno aos quadradinhos que aguarda os números, as fórmulas e os sinais, mas que eu carrego de letras. Preencho-o teimosamente de emoções.

6 comments:

Maggs said...

meti-me por entre as ruas das tuas palavras, como que a criá-las para tentar percebê-las. mas, para a nossa memória, o acesso é inviolável. :)

achei muito bonito.

Tata said...

Obrigada. Apesar de para a memória de cada um o acesso ser inviolável, até acho que as entendes. Contudo, também te digo, nas partes negativas, há algo que é pura fantasia!

Maggs said...

;)

meant to believe said...

lindo!o irreverente misto literário dos cientistas letristas! Mistura explosiva de um lirismo tão agradável, sereno e profundo...gostei muito!

Maggs said...

este, por acaso, era de uma letrista-mais-letrista-e-com-um-pouco-menos-de-ciência! mas obrigada na mesma, ainda bem que gostaste!!:) estou a ver é que tenho que banir a minha Mami daqui, que recebe mais comentários que eu; né, Mami?!:p (kidding.)

Tata said...

O melhor será dizer que o blog é das duas... não é?
Sabes que aqui nisto, sozinha não consigo sobreviver.