Sunday, October 22, 2006

poema

Palavras desadjectivadas
silêncios mornos,
recordações irreais, sonhadas
de céus acinzentados e claros
de uma madrugada nascida.
Sentada nesta cadeira de baloiço
recordo a África nunca vivida,
abraçada a eternidades de espaço,
sentindo o cheiro a ocre do campo aberto.

Vejo animais esvoaçando
sob os cinzentos azuis brilhantes
numa madrugada nascida.
Recordações
de vidas que não vivi.
Palavras desadjectivadas
de poemas que não escrevi.
Silêncios mornos que engasgam
de dores que não sofri.
Áfricas, campos, azuis,
aves, animais,
misteriosa ideia
do que se pretende da vida.


F. , Jan 03

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